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A teoria macabra por trás do desenho As Meninas Superpoderosas

Se há algo que é mais interessante do que nossos filmes/séries/desenhos/etc favoritos, são as teorias criadas por trás deles. Seja de um fã ou seja de um especialista: analisar o entretenimento de outro ponto de vista é incrível, e muitas vezes, faz todo sentido. Há pouco tempo, postamos a teoria de conexões entre filmes estrelados por Leonardo DiCaprio, mas embora fosse algo interessantíssimo, quem não assistiu os filmes do ator, não entendeu muito.

Hoje, trazemos uma teoria por trás de um desenho que todo mundo conhece. As Meninas Superpoderosas é um desenho animado produzido, inicialmente, pela Hanna-Barbera, e alguns anos depois, pelo Cartoon Network Studios. Embora a televisão nos mostre uma história divertida sobre três irmãs que salvam sua cidade de vilões usando seus super-poderes, é possível que, por trás desse universo de cores e fantasia esteja algo terrível e bastante perturbador.

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As três meninas – Florzinha, Lindinha e Docinho – são na verdade, frações de uma única personalidade, cujo nome é desconhecido pelo público, mas o autor da teoria resolveu batizar de “Brenda”.

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Brenda sofre de cinco doenças mentais: transtorno de múltipla personalidade, transtorno de estresse pós-traumático, esquizofrenia, transtorno de personalidade paranoide e transtorno de despersonalização. A causa do desenvolvimento do transtorno de múltipla personalidade, vem dos abusos que Brenda sofreu na infância por seu irmão mais velho, que é representado nas alucinações de dela como “Macaco Louco”, o maior inimigo das Meninas.

Definindo as três personalidades:

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Lindinha: ela é pequena e sentimental, tem olhos azuis e cabelo loiro, sempre amarrado. Ela simboliza a inocência e a jovialidade de Brenda. É ingênua, submissa e chorona. No entanto, em raras ocasiões, ela se torna incontrolavelmente agressiva, simbolizando as frustrações reprimidas de Brenda de querer retaliar o irmão. No entanto, a maioria dessas frustrações se manifestam em Docinho.

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Florzinha: ela é a garota inteligente e estável, possui olhos castanhos e cabelo longo, e simboliza a menina que Brenda queria ser: madura, segura e espirituosa. Ela age como líder na maioria das situações, e sempre consegue entrar em consenso com as outras duas personalidades.

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Docinho: ela é a durona, tem olhos verdes e cabelo preto curto. Ela simboliza os pensamentos de Brenda de retaliação contra seu irmão. Docinho é violenta, imprudente, teimosa e boca-suja. No entanto, há um lado dela que é profundamente carinhoso com as pessoas que ama (as outras duas personalidades), mas a maioria desses sentimentos se manifestam em Lindinha.

Macaco Louco é um macaco preto com um chapéu sobre a cúpula de seu crânio, em que o cérebro está visível. Ele foi criado pelo Professor Utonium – a figura do pai nas alucinações – e As Meninas Superpoderosas foram criadas depois.

Macaco Louco e As Meninas Superpoderosas estão relacionados, pois eles compartilham o “criador”. Na realidade, seu “criador”, “Professor Utonium”, é o seu pai. A relação entre as Meninas e Macaco Louco é, de fato, germanidade. No desenho, eles entram em conflito constantemente. É o transtorno de estresse pós-traumático de Brenda, desenvolvido por ser abusada constantemente pelo irmão. O trauma de ter que lutar e defender-se dele todos os dias, manifesta-se desta maneira. O Macaco Louco, inclusive, revela em um episódio, que sente ciúmes do amor que o Professor Utonium dedica às Meninas, que é a verdadeira causa da raiva do irmão por Brenda. Todos os vilões apresentados no desenho, são manifestações do abuso sofrido por ela, são seus “demônios interiores”.

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A esquizofrenia é caracterizada por alucinações visuais, auditivas, táteis e olfativas. Neste caso, as três personalidades de Brenda são a manifestação exata dos sintomas. As Meninas estão completamente fora da realidade, presas em corpos infantis tendo quase todos os vilões em forma de bonecas ou brinquedos – o que sugere que Brenda sofre desde muito jovem – além disso, não existe um dia na vida das Meninas Superpoderosas em que algum vilão não ataque ou conspire contra a paz na cidade. O prefeito possui um telefone especial para entrar em contato com elas caso algo de errado aconteça. As meninas não estão – conscientemente – preocupadas o tempo todo com algo ou alguém atacando sua cidade, mas sempre há um momento, durante o dia, que elas escutam o alerta e são obrigadas a largar tudo o que estão fazendo, para ir à luta. O prefeito é a melhor definição da angústia e medo que há na mente de Brenda, o “alerta” é soado, sempre que seu irmão se aproxima. O fato dela ver a si mesma como heroína, permite que Brenda sinta que vale alguma coisa em seu mundo, porque o abuso físico/emocional constante do irmão acabou com sua auto-estima.

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Outra doença que Brenda/Meninas sofrem é o transtorno de personalidade paranoide. A paranoia que as meninas sentem não é imediatamente óbvia para o público, pois está em uma questão mais profunda. Brenda/Meninas estão sempre presas em seu mundo. Brenda tem muito medo do mundo real e não consegue lidar com a ideia de ser trancada em um hospital pelo resto da vida. Em seu mundo de fantasia, suas personalidades são heroínas que possuem poderes eficazes para combater o mal, ela criou esse lugar imaginário para protegê-la da realidade.

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A última doença delas é o transtorno de despersonalização. Você não vê Brenda, só vê as três personalidades. Isso acontece porque toda a série Meninas Superpoderosas é do ponto de vista de Brenda. Ela está mostrando ao público o que vê (a si mesma, nas três personalidades das Meninas Superpoderosas). O transtorno de despersonalização é caracterizado pela sensação de que se está assistindo a si mesmo em uma tela de cinema. Brenda sente exatamente isso, e é desta forma que o desenho é mostrado para nós.

Essa teoria foi criada por uma usuária anônima do Reddit, e acabou caindo na internet e virando pauta de calorosas discussões em salas de aula em várias universidades. Será que faz sentido? Poderia um desenho, aparentemente infantil, ter tanta carga emocional por trás?

Diga-nos o que você acha!

Escrito por Louise

Amo, respiro e me alimento de quadrinhos, acho completamente normal se envolver emocionalmente com personagens de séries e filmes, e já vou avisando: NÃO MEXA COM MEUS HERÓIS!

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