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Malévola (2014) | A destruição e reconstrução de um conto de fadas

Era uma vez, em um reino muito distante, uma jovem e bela princesOPS! Correção: uma jovem e bela vilã.

Em 1959, a Walt Disney Pictures lançou A Bela Adormecida, um filme no formato animação, que contava a história da Princesa Aurora, que foi amaldiçoada no dia do seu batizado por uma bruxa maligna chamada Malévola, e foi salva da maldição pelo beijo de um príncipe encantado em um cavalo branco, com quem se casou e foi feliz para sempre.
Malévola (2014) | A destruição e reconstrução de um conto de fadas
Agora, em 2014, a mesma Walt Disney lança Malévola, um filme que desconstrói a história que foi contada nos anos 50, e traz uma reformulação de valores que se encaixa perfeitamente no século XXI. Afinal, as garotas não sonham mais com um príncipe encantado montado em um cavalo branco faz tempo.
Malévola (2014) | A destruição e reconstrução de um conto de fadas

Aqui você não vai conhecer a história de uma princesa indefesa, mas de uma fadinha de coração puro e olhos marcantes, que cresce no reino de Moors, um lugar cheio de criaturas místicas, fantasia, cores e brilhos, cujos efeitos visuais levam a assinatura de Robert Stromberg, que trabalhou em Avatar, Piratas do Caribe, Jogos Vorazes, As Aventuras de Pi, ENFIM: um cara que manja pra caralho. E esse reino faz fronteira com o reino dos (ugh) seres humanos.
Malévola (2014) | A destruição e reconstrução de um conto de fadas
Como todo mundo já sabe, quando os humanos põe o dedo numa coisa, acaba dando merda. E essa merda rolou com o coraçãozinho da Malévola. Ainda criança ela conhece um garoto humano chamado Stefan, faz amizade com ele e acaba rolando uma paixonite na adolescência. Como a fadinha chifruda não manja das malícias dos homo sapiens, depois de adulta ela acaba machucada (de verdade) e usada pelo cara, e isso faz com que ela se torne amarga, fria e sedenta de vingança. Pior do que uma mulher vingativa, só uma fada vingativa.
Malévola (2014) | A destruição e reconstrução de um conto de fadas
É isso que leva Malévola a descontar a raiva na filha do babaca, que se tornou rei. Aí rola a única parte da história que é igual àquela que a gente já conhece: no dia do batizado da princesa, Malévola vai até o castelo e joga a maldição do sono nela – ao completar 16 anos, Aurora espetará o dedo em uma máquina de fiar, cairá em sono profundo e a única coisa que pode quebrar a maldição é um beijo de amor verdadeiro.
Malévola (2014) | A destruição e reconstrução de um conto de fadas
Malévola (2014) | A destruição e reconstrução de um conto de fadas
Eu nunca tinha me perguntado por que as bruxas dos contos de fadas tem essa fixação por beijos de amor, mas no caso da Malévola, é porque ela simplesmente não acredita em amor verdadeiro (por causa de um fdp).

Lutas entre exércitos medievais humanos e criaturas místicas, amor não-correspondido, vingança, ódio, rancor, arrependimento, morte… O roteiro de Linda Woolverton (que escreveu A Bela e a Fera, O Rei Leão e Mulan) traz tudo isso e mais um pouco. Algumas surpresas agradáveis e a reconstrução do conceito de “amor verdadeiro”, que não precisa necessariamente vir de um príncipe, tornam Malévola uma obra pra adultos e crianças, onde as mulheres, particularmente, tem tendência a se identificar mais.
Malévola (2014) | A destruição e reconstrução de um conto de fadas
Sobre o elenco, claro que a Angelina Jolie rouba a cena. Impossível esperar algo diferente de uma atriz como ela. Na minha humilde opinião, a Angelina pode se adaptar a quantos personagens ela quiser, mas rezo pra ela voltar a estrelar um filme de ação, porque PQP, essa mulher é muito foda fazendo ação. Uma surpresa agradável é Elle Fanning, a irmã mais nova da Dakota Fanning, que faz o papel de princesa Aurora, e mostra que essa família é uma fábrica de boas atrizes. Fora elas, tem o fiel escudeiro da Malévola, o corvo Diaval interpretado por Sam Riley, Sharlto Copley no papel de rei e uma participação da filha de Angelina Jolie e Brad Pitt, Vivienne Jolie-Pitt como Princesa Aurora criança.
Malévola (2014) | A destruição e reconstrução de um conto de fadas
Desmontar um conto de fadas clássico é algo bem corajoso da parte da Disney, que construiu o próprio nome junto com eles. Mas reconstruir esse conto, transformando-o em algo que se encaixe na atualidade é genial.

No twitter, me fizeram um questionamento e eu refleti seriamente sobre isso: Se não fosse a presença da Angelina Jolie o filme se sustentaria?
Bom, os atores são legais, o roteiro é ótimo, mas… Sinceramente? Jolie fez toda diferença. Ela sempre faz a diferença. Não imagino como seria o filme sem o rosto dela, porque foi o que me prendeu do início ao fim.
Malévola (2014) | A destruição e reconstrução de um conto de fadas

E a maior lição que Malévola nos deixa é: AMOR SÓ DE MÃE!


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Escrito por Louise

Amo, respiro e me alimento de quadrinhos, acho completamente normal se envolver emocionalmente com personagens de séries e filmes, e já vou avisando: NÃO MEXA COM MEUS HERÓIS!

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