Dentre tantas coisas fantásticas na premiada série Mad Men, os detalhes talvez sejam umas das principais fontes de brilho e fascínio que a produção gera. Desde os trajes, os produtos em cena e até mesmo os trejeitos e vocabulário, cada pequeno produto de esforço colocado em cena faz com que sintamos o clima real dos anos 60.
E ao lado de marcas de cigarro populares, designs de sapatos, estampas de gravata e até a marca das máquinas de datilografia, um dos detalhes que marcou Mad Men foram os livros. Várias pessoas tentaram determinar o comportamento das personagens e até prever em que direção a plot se encaminharia a partir das leituras em cena – o que se provou fruto de um curioso acaso (em algumas situações).
Tendo isso em mente, selecionamos alguns dos vários livros presentes ao longo da série. Confira:
“The Last Picture Show”, de Larry McMurtry
The Last Picture Show, traduzido como A Última Sessão de Cinema no Brasil, do ganhador do prêmio Pulitzer Larry McMurry, conta uma jornada sobre a juventude e a tentativa de sair de uma cidadezinha do meio do nada, Thalia. Os personagens principais Sonny e Dwayne, dois garotos do ensino médio, passam seu tempo tentando fugir do dia-a-dia pacato do lugar através de uma busca decadente por conquistas sexuais – o que lembra bastante a saída de Don de sua cidade natal e sua constante necessidade por vitórias de cunho sexual.
“The Woman of Rome”, de Alberto Moravia
A Romana, como foi traduzido no Brasil, conta a história de três vida entrelaçadas, a de uma prostituta, um intelectual e um agente da polícia especial romana durante o regime de Mussolini. Considerado como um clássico moderno, The Woman of Rome é um romance cheio de aspereza e cinismo, além de um relato preciso de como era a vida sob o regime fascista italiano.
“Valley of the Dolls”, de Jacqueline Susann
Um dos livros presentes na estante do protagonista (e sua presença ali é, provavelmente, pela similaridade com partes consideráveis dos temas abordados pela série) é o Vale das Bonecas, que narra a história de três mulheres envolvidas no show business na década de 60, começando a partir de suas carreiras na Broadway, a ascensão e o declínio. O livro oferece um relato extremamente realista de como a indústria de entretenimento tratava as mulheres na época. O detalhe mora, também, no título, no qual “dolls” se refere tanto às mulheres, quanto a um remédio prescrito daquele tempo apelidado da mesma maneira e amplamente utilizado pelo público feminino dentro da indústria.
“Confessions of An Advertising Man”, de David Ogilvy
“The Best of Everything”, de Rona Jaffe
O enredo, que segue a vida de cinco mulheres que trabalham em uma editora, marca o que é considerado como um livro bem fraco, porém, O melhor de Tudo oferece uma espiadela interessante sobre o comportamento da classe trabalhadora feminina em Nova Iorque desde a década de 50, linha literária rara tanto na época, quanto hoje em dia.
“From Those Wonderful Folks Who Gave You Pearl Harbor: Front-Line Dispatches from the Advertising War”, de Jerry Della Femina
Sem tradução no Brasil, talvez seja o livro que melhor represente a “alma” da série. Femina narra suas memórias desde sua juventude até a vida adulta e o envelhecimento, contando histórias que envolviam bebedeiras, sexo e todas as maluquices que o velho Jerry viveu. Muito do que vemos na série foi praticamente retirado do livro, além de, claro, possuir grandes momentos referenciais em easter eggs e homenagens.
“The Crying of Lot 49”, de Thomas Pynchon
O Leilão do Lote 49 é um romance pós moderno do sempre surpreendente e aclamado Thomas Psynchon, que narra a bizarra história de Oedipa Maas, uma mulher que herda a fortuna de um ex-amante e acaba descobrindo o que talvez seja uma enorme conspiração de uma guerra secreta entre duas empresas de entrega.
“Meditations in an Emergency”, de Frank O’Hara
Meditações em uma Emergência, um curioso livro de poesias do estadunidense Frank O’Hara, é o livro que Don lê e em seguida envia para Anna Draper com as incrições “Pensando em você – D” na segunda temporada. A surpresa talvez more na quebra dos temas de livros os quais o personagem de Jon Hamm lê. Quem diria que Don Drapper gosta de poesia?
“From the Earth to the Moon” (De la Terre à la Lune, no original), de Jules Verne
Um dos mais famosos livros do lendário Jules Verne (e não Júlio Verne, como muitos pensam), Da Terra à Lua, publicado em 1856, narra a ideia absurda de um grupo de entusiastas do armamentismo de construir um canhão para lançar três homens ao espaço a fim de que eles cheguem à lua.
“Frankenstein”, de Mary W. Shelley
Clássico do terror, Frankenstein foi publicado inicialmente como peça anônima em 1818, sendo creditada anos mais tarde pela incrível escritora londrina Mary Shelley. O livro, amplamente conhecido, narra a história de Victor Frakenstein e a criação de sua monstruosa criatura senciente utilizando de pedaços de diversos cadáveres.
“The Inferno” (L’inferno, no original), de Dante Alighieri
Parte mais famosa da sensacional obra A Divina Comédia, do poeta italiano Dante Alighieri, O Inferno conta a descida pelos círculos infernais acompanhado pelo poeta Virgílio a fim de resgatar sua amada.
“Nature”, de Ralph Waldo Emerson
Ensaio escrito em 1836, Nature é considerado como a pedra fundamental no transcendentalismo, corrente ideológica que prega que a realidade pode ser compreendida através do estudo da natureza, sendo esta a representação concreta de deus e/ou do universo.
“The Adventures of Tom Sawyer”, de Mark Twain
Talvez a obra mais conhecida de Mark Twain, As Aventuras de Tom Sawyer, publicado em 1876, segue a história de vida e das aventuras de um garoto travesso na fictícia cidade de Petersburg, no Mississippi, acompanhado por amigos e rivalizado pelos constantes perigos que sua astúcia acabam provocando.
“The Adventures of Huckleberry Finn”, de Mark Twain
Publicado nos anos 80 do século antepassado, As Aventuras de Huckleberry Finn é um dos clássicos da literatura mundial narra sob a perspectiva do amigo de Tom Sawyer o decorrer de suas aventuras. O livro é considerado como uma sátira em forma de ridicularização de grupos racistas.
“The History of the Decline and Fall of the Roman Empire”, de Edward Gibbon
A trajetória quase insuperável traçada por Gibbon nos seis volumes de A História do Declínio e da Queda do Império Romano lança um olhar no desenvolvimento e na decadência da civilização ocidental, apontando de maneira objetiva e, ao mesmo tempo, profunda, pontos cíclicos que cadenciaram a ascensão ocidental e seu caminho rumo ao fracasso. Lançado entre 1776 e 1789, é considerado como uma excelente análise até hoje.
“The Sound and the Fury”, de William Faulkner
O Som e a Fúria, um dos mais conceituados da literatura de língua inglesa, foi escrito por William Faulkner e lançado em plena crise da bolsa de 29 dos EUA. A novela narra a história de uma família estadunidense sulista extremamente disfuncional e o seu aprofundamento em decadência graças à sua reputação prejudicada por conta da ruína financeira, o que faz com que comecem a duvidar um dos outros e da própria religião.
“Babylon Revisited and Other Stories”, de F. Scott Fitzgerald
Trazido ao Brasil como apenas “Babilônia Revisitada”, a obra de um dos maiores nomes da literatura mundial reúne dez das mais populares narrativas curtas lançadas entre os anos 20 e o final da década de 30.
“The Agony and the Ecstasy”, de Irving Stone
Escrito em 161, o romance histórico biográfico do renomadíssimo artista Michelangelo, A Agonia e o Êxtase, se baseou em 495 das cartas escritas no final de sua juventude até o envelhecimento do pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano. O livro narra o inferno pessoal dos sentimentos dicotômicos e revoltos de Michelangelo e seus pensamentos a respeito da religião e da perdição de sua própria alma.
“Atlas Shrugged”, de Ayn Rand
A Revolta de Atlas, uma das mais famosas obras dentre os liberais estadunidenses, foi escrita pela filósofa Ayn Rand e publicado em 1957. O livro narra uma versão distópica dos EUA afundada na desvalorização dos ideais baseados na riqueza e do livre mercado, entregue a amarras jurídicas e restrições econômicas. Rand, que advogou durante sua vida em prol do capitalismo e da força do trabalho duro, influenciou muito do comportamento de Don conforme o personagem se desenvolveu na série
Quais livros, na opinião de vocês, faltaram? Comentem!
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estou acompanhando a série,e já vi que faltou uns que aparecem nas 2 primeiras temporadas