Não há nada tão bom quanto uma animação que atraia o interesse através de seu humor genial e bem trabalhado, uma vasta paleta de personagens bem desenvolvidos e um roteiro explorado de maneira surpreendente e interessante.
Mas o que dizer quando há um crossover que traz duas séries animadas tão diferentes e semelhantes ao mesmo tempo? Em poucas palavras, certamente o resultado final é desafiador e pode ser realmente incrível. Ao menos no crossover que envolve Uma Família da Pesada e outra família tão famosa, e porque não dizer, amada da televisão: Os Simpsons.
A resenha a seguir contém spoilers e, mediante aviso, a leitura do mesmo é de total responsabilidade do leitor.
O crossover começa por meio do súbito interesse de Peter Griffin em se tornar um chargista, onde logo começa a mandar suas charges para o jornal local de Quahog a fim de publicá-las. Entretanto, como é característico do personagem suas ações serem irresponsáveis e inconsequentes, ao publicar uma charge totalmente machista Peter Griffin acaba por comprometer sua segurança juntamente com a da família.
Forçados a sair da cidade de Quahog devido ao ocorrido, e na expectativa de que a poeira abaixe logo e tudo seja esquecido, a Família Griffin saí em busca de um outro lugar para passarem um período de tempo. Ocasionalmente, eles acabam parando em Springfield quando o carro da família é furtado em um posto de gasolina próxima a famosa cidade.
Posteriormente, Peter Griffin conhece Homer Simpson no Kwik-E-Mart (supermercado do Apú) e logo, ambos iniciam uma amizade embasados no fato de que Homer Simpson ofereceu sua casa como abrigo para a Família Griffin passar o tempo enquanto procuram por pistas do carro da família.
Decorrente disso, é estabelecido um desenvolvimento único na relação entre os membros das família a medida que a procura pelo carro da Família Griffin se torna um passeio pela famosa cidade.
Peter Griffin e Homer Simpson logo desenvolvem uma relação de amizade forte e de respeito mútuo, a medida que protagonizam as mais divertidas e inconsequentes situações que tornam esses personagens verdadeiros marcos para as suas respectivas séries.
Os dois personagens (obviamente) são responsáveis por quase todo o humor do crossover e, trazem o ponto alto do mesmo: a famosa “Briga de Galo”.
Posteriormente a relação de ambos é colocado a prova quando um fato envolvendo a cerveja preferida de ambos os coloca em uma desavença e acaba por gerar tal Briga de Galo.
A Briga de Galo que se tornou uma característica da animação Uma Família da Pesada consiste em uma extensiva e continua luta pelos mais seletos lugares, em uma briga basicamente até a morte. Tal briga é feita de maneira surpreendente e retratando um evento de magnitude épica como o crossover entre essas duas famílias.
Lois Griffin e Marge Simpson tem pouco espaço de presença durante o crossover, mas ambas são apresentadas como o “porto seguro” das respectivas famílias. As mesmas acabam por desenvolverem também uma relação de amizade e respeito mútuo decorrente das inúmeras histórias aventureiras de seus maridos que compartilham entre elas.
Stewie Griffin e Bart Simpson inicialmente desenvolvem uma relação de amizade, embora posteriormente, Stewie Griffin demostre traços de obsessividade para com Bart Simpson, por vê-lo como um exemplo a ser seguido do garoto “mais cruel” do mundo.
A relação de amizade entre ambos acaba por ser desfeita quando Stewie Griffin cria um sentimento de desprezo por Bart Simpson após ser confrontado sobre seus jeitos de agir e pensar, embora o mesmo ainda mantenha um pequeno sentimento de respeito e adoração por Bart Simpson.
Meg Griffin e Lisa Simpson são apresentadas como as “incompreendidas” de suas respectivas famílias. Inicialmente, a relação delas são de amizades, onde Lisa Simpson propõe ajudar Meg Griffin a encontrar alguma atividade em que ela seja boa.
Posteriormente, a relação de ambas fica embaçada por Lisa Simpson criar um certo sentimento de egoísmo após perceber que Meg Griffin é tão boa ou melhor do que ela quando o assunto é Saxofone. Entretanto, ambas acabam se reestruturando ao final do crossover e retornando com a relação de amizade.
Ambos os personagens Chris Griffin e Maggie Simpson não apresentam uma relação muito existencial. Entretanto, eles marcam seus lugares como os “bebês” de suas respectivas famílias.
Ainda sim, Chris Griffin tem um foco mais voltado juntamente com Brian Griffin quando ambos perdem o cachorro da Família Simpson, o Ajudante de Papai-Noel. Essa situação acaba por dá certa atenção aos membros da família que não tem, necessariamente, como interagir com outros “igualitários” ou “não-igualitários” membros da Família Simpson.
O crossover cumpre seu papel de mostrar o melhor de cada seriado animado, explorando o humor politicamente correto contrastando com o humor politicamente incorreto de forma impecável e trabalhando as relações entre os personagens de maneira coerente e ainda sim divertida.
O mesmo tem a presença marcante dos diálogos objetivos e descontraídos, contendo piadas ocasionais e/ou com referências mútuas ao universo de ambos os seriados, além é claro, das referências aos assuntos atuais.
O fim do crossover se dá por um tom sarcástico e de respeito para com a série animada de Os Simpsons, uma vez que, para quem não sabe, os criadores Seth Macfarlane (Uma Família da Pesada) e Matt Groening (Os Simpsons) possuem uma relação de atritos.
Fazendo parte da 13° Temporada de Uma Família da Pesada, sendo o episódio de #01, o crossover foi originalmente lançado no dia 28 de Setembro de 2014 pelo canal FOX, tendo duração média de 44 minutos.
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