Como sempre, quando algo faz muito sucesso em sua mídia, haverá sempre uma oportunidade de faturar com aquilo. Especialmente quando falamos do universo dos quadrinhos. A nova aposta do momento foi implementar o universo da Valiant nos cinemas, como foi feito com a Marvel, “Bloodshot” foi esse leve pontapé, embora tenha derrapada em algo nada agradável e totalmente destrutivo.
Dirigido pelo novato Dave Wilson, o filme é claramente uma tentativa de usar vários clichês do gênero, porém, esquecendo totalmente o carisma das antigas produções em sua execução. Preso a um esquecido estereótipo dos anos 90, que não vem com o brilho da sua época, “Bloodshot” não entrega nada prometeu principalmente em que começaria seu universo.
Ray Garrison (Vin Diesel) é um soldado de operações especiais que após concluir uma missão de resgate, escolhe aproveitar seu descanso ao lado de sua maravilhosa esposa Gina (Talulah Riley). Entretanto, tudo é atrapalhado quando os dois são sequestrados pelo mercenário Axe (Toby Kebbell) que deseja obter informações valiosas sobre o trabalho de Ray.
Como nada funciona da maneira esperada, Axe mata tanto Ray quanto Axe. O soldado acorda em um estranho laboratório liderado pelo Dr. Emil Harting (Guy Pearce) que demonstra que seu corpo agora é capaz de atos inimagináveis, fora que agora faz parte de um grupo de aprimorados ciberneticamente ao lado de KD (Eiza González), Jimmy (Sam Heughan) e Wilfred (Lamorne Morris). Porém, Ray começa a duvidar de sua seu novo estranho mundo.
Ao ponto que tudo pareça atrativo e a lá uma homenagem ao Robocop, pode esquecer. A narrativa que se baseia se sustenta em uma zona segura, não entrega nada de novidade e originalidade. Parece que tanto o roteiro como a direção foi feita às pressas para pegar o embalo dos do público com a paixão de filmes de quadrinhos, coitada da editora Valiant, casa do personagem, pois merecia muito mais.
Mesmo que exista uma famoso “virada do roteiro” seja uma grata surpresa para quem desconhece a trama do personagem nos quadrinhos, todo o resto da narrativa se torna previsível e perde em empolgação e novidade. Pois, em nenhum momento houve preocupação em explicar melhor a profundidade e transparência do personagem, além de que em momento algum a produção se preocupa em expandir seu universo com possíveis conexões com outros personagens futuros ou situações, é como se ninguém tive fé no sucesso do filme.
Nem a presença de Vin Diesel salva o filme de derrapar na curva, o personagem foi criado para sua maneira, não uma adaptação como deveria, mesmo que ator tenha uma força incrível em Velozes e Furiosos, aqui ele está mais automático do que nunca. Não apenas ele, como todos os outros atores não recebem nenhuma profundidade, o que acaba por gerar nenhuma preocupação com seu desfecho na história.
A estreia do Dave Wilson na direção se mostra ineficaz, ele veio do mercado de games, logo seria de imaginar que saberia trabalhar perfeitamente com os CGIs. Entretanto, o diretor abusa de cortes rápidos e câmeras, nunca sabe demonstrar para seu público o que se passa nas cenas de ação (escola Michael Bay). Houve falta de competência até para trabalhar com o roteiro e os atores, não houve sintonia.
Parece que a vontade que existiu de vemos um bom resultado do início da Valiant nos cinemas foi por água abaixo. Pior que seus personagens possuem histórias tão interessante. “Bloodshot” encontra uma falta de carinho e brilho. No fim parece que nem seus idealizadores acreditaram no futuro de seu produto, aliás, o próprio Vin Diesel não foi capaz de carregar o peso em suas costas do falso sucesso.
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