O subúrbio americano é um lugar comum do imaginário popular de qualquer um que cresceu vendo desenhos, filmes e séries. Pequenas casas iguais, em ruas iguais, com pessoas iguais. Em um cenário tão sem graça como esse que nós somos apresentados à família Visão. Escrito por Tom King e desenhado por Gabriel Hernandez Walta, “Visão – Pouco pior que um homem” é um quadrinho fantástico.
Tom King é um dos grandes nomes entre os roteiristas de quadrinhos. Com uma passagem muito bem de vendas e críticas no título principal do Batman e sendo a mente por trás da série em 12 partes do Sr. Milagre e outras histórias, o autor entrou pro hall dos maiores da nona arte. Mas toda essa fama foi construída aos poucos, começando em 2015, com “Xerife da Babilônia”, que saiu pelo selo Vertigo, da DC. Em Visão, King se consolida como um escritor de personagens das grandes editoras com seu uso da cronologia do personagem e do universo ao seu redor.
Em uma vizinhança comum, a família do Visão, formada pela esposa Virgínia e pelos filhos gêmeos Vin e Viv, tentar levar uma rotina normal. O vingador agora é o contato da equipe com Washington e a escolha para viver num subúrbio pacato foi para que todos pudessem ter uma vida mais próxima do normal.
Além do fato de serem sintozoides vermelhos, a construção do núcleo familiar do Visão já deixa claro para o leitor que algo não está certo. Assim como o filho de Ultron foi baseado em um espectro mental do herói Magnum, ele se utilizou dos padrões mentais de Wanda Maxomoff, a Feiticeira Escarlate, para criar VIrginia. A escolha por gêmeos também causa desconforto no leitor, pois a mutante criou gêmeos a partir de sua magia do caos para formar uma família com o próprio Visão.
A desfuncionalidade familiar fica cada vez mais evidente quando o mundo “normal” rechaça os sintozoides e o mundo dos super-heróis ataca diretamente no lar dos Visões. A partir daí cria-se uma sensação de desconforto muito grande no leitor por saber que existe algo de errado ao mesmo tempo em que toda a trama segue numa normalidade ridícula.
Longe de um arco de super-heróis comum, a cada página que o leitor vira, uma nova sensação é despertada pelo excelente roteiro. Como uma bola de neve formada por erros, a trama engrossa, se desenvolve e acaba explodindo na cara do leitor ao fim desse volume de seis edições.
O trabalho de narrativa gráfica do roteiro e a arte torna essa edição ainda mais especial. Se essa série fosse levada aos cinemas, poderíamos claramente enxergar um cineasta como Wes Anderson dirigindo o longa.
“Visão – Pouco pior do que um homem” é uma das melhores coisas lançadas pelas grandes editoras nos últimos anos e uma peça obrigatória para os fãs do gênero.
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