Um livro só de tirinhas é fácil e rápido de consumir. Geralmente, a leitura é simples e o riso é fácil. Mas não é bem assim que acontece em “Malvados”, publicado pela Quadrinhos na Cia, do Grupo Companhia das Letras, do carioca André Dahmer.
As 368 tirinhas que estão à disposição do leitor em “Malvados”, soa como um soco na boca do estômago por diversas vezes. Além disso, o riso pode vir facilmente e de brinde você ganha uma dose extra de desespero. Não falo nem por ser ruim ou por não fazer sentido, mas por literalmente desenhar o que muitos não conseguem entender acerca da realidade do País, da política, das redes sociais, dos relacionamentos, da depressão, casamento, democracia etc.
Nada escapa aos olhos do autor e com poucos quadros de desenhos simples, a crítica é certeira. O humor é uma arma fundamental para se manifestar contra a barbárie política, contra o preconceito e principalmente contra regimes opressores e ditatoriais.
Dahmer não é médico, mas consegue ser cirúrgico em muitos assuntos. A ironia e o sarcasmo servem como soro para alimentar um Brasil paciente. Seja em doses diárias ou única, o leitor que colocar as mãos em “Malvados” vai compreender que de forma crua e com um pouco de acidez, é possível sentir na pele o gosto amargo de viver dia após dia em um País que desligou o GPS e anda por aí sem rumo e sem propósito.
Leia “Malvados”, o riso vem e a dor também.
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