Shadow of Colossus | A jornada pela imensidão do silêncio

Em pleno 2005, umas das maiores era dos games chegava ao seu fim, a Sony se volta exclusivamente para a sétima geração de consoles e deixava aos poucos de lado o glorioso Playstation 2. Antes de abandoná-lo de vez, o console entregaria um dos maiores jogos consagrados que ficaria eternizado em uma nação gamers, Shadow of Colossus.

Criado e idealizado excepcionalmente por Fumito Ueda, o jogo não ficou apenas conhecido como uma obra de arte viva mas como uma das melhores experiências imersiva que um jogador daquela época poderia ter. Não à toa desde de sua concepção, Shadow of Colossus já era reconhecido como uma raridade no mercado de games.

Apesar de 15 anos terem se passado, o jogo continua mexendo com nosso subconsciente e espírito, não é a toa que no próprio Playstation 3 recebeu uma versão remasterizada para atrair novos games e reviver nostalgias. Porém, foi em 2018 que o seu próprio criador decidiu reimaginar Shadow of Collossus em remake digno que utiliza todo o poder do Playstation 4 e é justamente esse que irei explorar.

Marcado pela premissa de esperança em sua história somos apresentados a Wander. Um jovem guerreiro que deseja ressuscitar a bela Mono, morta de forma inesperada. Ao lado de sua égua Agro, ele parte para um lugar afastado e proibido, um templo abandonado onde encontra a entidade Emon capaz de trazer a jovem de volta à vida, porém ele seria capaz caso Wander realize um difícil teste.

Tal teste seria derrotar seres místicos, 16 Colossos. Nesta vasta terra deserta e com seus seres, o jogador deverá encontrar e derrotar esses monstros, para isso contará com uma espada sagrada com uma luz emitida capaz de apontar o caminho correto de sua jornada. O game se resume em eliminar os chefões, nada mais e nada menos. Você se pergunta: Onde está a qualidade nisso?

A qualidade do desenvolvimento da história não se trata apenas em derrotar esses seres, mas alcançá-los e encontrar seus pontos fracos para eliminá-los, coisa nada simples e fácil, pois cada um dos seres têm maneiras corretas de subir e se manter vivo e podemos cruzar com diferentes estilos, como voadores, terrestres e aquáticos, o brilhantismo é a maneira como tal ação é realizada. Porém ao derrotar cada ser o jogador se torna corrompido por estranha e escura energia.

Imensidão e solidão são suas companheiras na jornada de Wander, o mundo aberto e vazio trata-se de uma crise existencial, como podemos nós, seres tão minúsculos temos forças imensas guiados pelo mais puro desejo do amor. Essa minimalismo do menos ser mais, está na profundidade que o silêncio é uma reflexão da calmaria e da plenitude que serão quebrados pela luta contra gigantes.

A beleza no design é incomparável, o visual de cada colosso tem uma peculiaridade, o que os torna seres únicos e originais, ainda mais que seus pelos ainda estão mais vivos pela refinada qualidade do motor gráfico do Playstation 4. Essa demonstração de seres conscientes nos impacta ao sentido que cada um que se torna habita mexe com nossa emoção, matamos algo vivo de fato.

Acredito que uma das coisas mais marcantes e inesquecíveis seja a trilha sonora de Kō Ōtani que proporciona em seus tons um espetáculo que caso na experiência da profundidade que recebemos ao adentrar cada desafio. Tons fortes e orquestrados trazem empolgação e conquistas de uma maneira épica mas são quebrados no fim quando o colossos é abatido por um tom melodramático e triste que acabam por trazer uma escuridão.

Shadow of Colossus é conjunto de valores significativos e filosóficos em uma gameplay inesquecível, que apesar de se apoiar em seu lado minimalista entrega o pouco com recheio de qualidade. Não à atoa que o game impactou e continua impactando novos desenvolvedores e estilos próprios de personalidade de games em arte. Seu brilho e reconhecimento deve ser admirado por qualquer um que almeja uma experiência diferenciada.

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