Quem nasceu nos anos 1980 e 1990, sabe que muito da paixão que temos por games vêm do gênero que apelidamos carinhosamente de “briga de rua”. A influência dos beat ‘em ups não chegou aqui por acaso e nem despertou esse interesse por eles do nada. Filmes como “The Warriors” (1979) e “Ruas de Fogo” (1984), foram primordiais pra fazer isso acontecer.
“Streets of Rage”, “Double Dragon” e “Cadillacs and Dinosaurs” são alguns dos títulos mais populares do gênero beat ‘em up. E mesmo com uma forte popularidade na era dos arcades e consoles de 16bits, brigar nas ruas já não chamava mais atenção nas gerações posteriores. Poucos jogos foram lançados, alguns tiveram destaques como o game de “The Warriors” e “Scott Pilgrim vs. The World: The Game”, por exemplo, mas nada como foi um dia.
Diante desse repertório, trago aqui “Big Helmet Heroes”, um beat’em up em 3D que me divertiu muito e me fez gastar algumas horas do meu dia descendo a porrada em seres malucos e tentando habilitar todos os personagens do game ao mesmo tempo (são muitos).
Desenvolvido por um estúdio francês independente chamado Exalted Studio e pela editora independente Dear Villagers, “Big Helmet Heroes” combina heróis carismáticos com poderes únicos, ação e animações lindamente detalhadas, cenários navegáveis em todas as direções, muitos itens pra destruir, coletar e muitas armas que te ajudam a derrotar os inimigos.

As limitações dos beat ‘em up tradicionais com deslocamento lateral e com poucas interações, ficaram no passado. Aqui o negócio realmente funciona, e tudo isso já serve como material suficiente pra falar do jogo, mas cabe mais!
Sendo possível jogar sozinho ou com um amigo localmente (famoso jogar de dois), seja ao ar livre ou em casa, o jogo oferece 29 personagens e cada um deles com personalidade, benefícios e limitações próprios para você descobrir e resgatar em níveis caprichosos inspirados em fantasias da infância (cavaleiros, piratas, múmias e até unicórnios de metal). Você consegue enfrentar as forças do mal usando espadas, machados, porretes, bestas, mata-moscas elétricos e até armas de laser.
Pontos positivos
- Batalhas envolventes e desafiadoras. Em certos momentos, vem uma horda de inimigos e você tem que dar conta com os personagens disponíveis. No começo é um ou dois, mas com o avanço na campanha, você pode chegar até quatro personagens. E aí, esses momentos de horda ou de chefes são mais fáceis de passar.
- Vasta opção de personagens jogáveis. Apesar de parecer muito, é possível testá-los ao longo de sua liberação. Ou seja, não é uma coisa que fica disponível tudo de uma vez depois que você zera o game. Dá pra conhecer o estilo de cada um e decidir quem fará parte da sua crew.

- Poder jogar com um amigo num co-op local é importante. Isso é puramente uma das magias do gênero. Portanto, “jogar de dois” ainda é possível e fica muito mais divertido.
- Cenários atrativos, bem desenhados graficamente num ambiente em três dimensões é pra poucos. Eu testei “Big Helmet Heroes” num Nintendo Switch. Tanto na TV quanto na tela OLED, a fluidez está ótima e as cores estão bem vivas. Isso é muito importante, pois faz toda a diferença na gameplay.
- Itens variados e recheados de humor também deixam o jogo mais divertido. Apesar de percorremos vários cenários, de jogarmos com ninjas, samurais ou cavaleiros medievais, é possível usar armas que soltam lasers, flechas de borracha, pá de arado, mata-moscas elétrico, bestas, marreta parecida com a do Chapolin e muito mais.
Pontos negativos
- O maior problema do jogo não é algo propriamente dele. É mais um problema do gênero. Que é a repetição. Apesar de todos os artifícios que os criadores colocaram no game, ainda assim fica repetitivo. Quem não se importa, pois cresceu jogando esse tipo de jogo, não vai se incomodar. Mas quem tiver o primeiro contato com beat ‘em up agora, vai sentir que o jogo é repetitivo.
- Mesmo com a personalidade única de cada personagem, algumas armas e estilos de combates são parecidos. Personagens que usam escudo, por exemplo, vão ter golpes iguais quando lançarem ele nos inimigos. Eu entendo que vai ser parecido, mas foi justamente o que me fez deixar de usar o Guerreiro e Tornado, por exemplo. É o golpe mais bobinho do jogo.
Eu poderia colocar a história de “Big Helmet Heroes” em algum dos pontos, mas decidi deixar de lado. É legal ter um propósito como salvar a princesa (mesmo ela não sendo tão inofensiva assim),, um vilarejo ou uma cidade das garras do mal. Mas em jogos beat’ em up, isso é o que menos importa. Tudo que você quer fazer, é deixar um rastro de capangas pra trás e destruir o boss sem nem usar um poderzinho especial se for possível.
“Big Helmet Heroes” é um bom jogo, é gostosinho dá pra passar horas e horas nele. A gente esquece o mundo lá fora, dá pra curtir um momento com seu brother ou sua sister, além de matar tempo se você tiver um portátil como o Nintendo Switch ou um Steamdeck, enfim dá pra se divertir. É um game que vale a pena conhecer e experimentar pra ver se tudo isso que eu contei aqui também bate em você. Ok?
Bom jogo e até a próxima!
“Big Helmet Heroes” está disponível pra PS5, Xbox Series S e X, Nintendo Switch e PC. O jogo está disponível pelo preço de R$ 45,99 para a edição base em todas as plataformas, e R$ 54,99 para a “Exalted Edition” (inclui um livro de arte e a trilha sonora) no Steam, Epic Games Store, Nintendo Switch e PlayStation 5.
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