A franquia “Assassin’s Creed” foi uma explosão para a Ubisoft, dando visibilidade para um game que mistura aventura, história, mitologia e ação. Sua frequência de lançamento sempre foi algo que atraiu, nos dando refrescos no ano sobre o que jogar, mas que ao mesmo tempo poderia dar errado.
Admito que quando joguei a história de “Assassin’s Creed: Valhalla” fiquei bem decepcionada, achei cansativa e maçante. Agora em “Assassin’s Creed Shadows”, senti um ar de satisfação e o quanto a desenvolvedora quis ajustar isso, correndo para abraçar os fãs com um ótimo game e não deixando as portas se fecharem pra continuidade da franquia.
Assista ao trailer de “Assassin’s Creed Shadows” dando play no vídeo abaixo
No centro de Shadows conheceremos Naoe e Yasuke, personagens que seguem caminhos distintos, mas que podem levar a um mesmo propósito. Yasuke, sendo um samurai muito conhecido pelos vilarejos que passa, enquanto Naoe mostra seu lado shinobi atacando pelas sombras e lutando quando necessário.
Caminharemos por um Japão feudal, no qual teremos explorações constantes, enigmas para serem feitos e missões secundárias que podem surgir a qualquer momento, principalmente quando encontramos NPCs pelo caminho que ao serem salvos podem servir como batedores ou passar informações valiosas que irão nos ajudar. Sempre vimos muito disso em outros games de “Assassin’s Creed”, mas em “Assassin’s Creed: Shadows” isso acaba sendo mais bem construído e utilizado em nossa jornada.
A história de Naoe me lembra muito algo semelhante a bilogia de “Kill Bill”, talvez pelo clima e trilha sonora, no qual busca vingança após a destruição de sua aldeia e também a morte de seu pai. Já Yasuke, é construído para quebrar barreiras, sendo um homem negro em uma terra diferente que lhe proporcionou uma nova visão de vida e oportunidade, saindo das mãos dos portugueses que o tornavam escravo.
É muito interessante acompanhar as diferenças presentes entre ambos os personagens, já que conhecemos mais sobre suas origens, medos e conquistas em flashbacks durante nossa jornada. Enquanto Naoe tem um treinamento silencioso, sendo pequena e esguia, Yasuke funciona como um tanque pronto para bater de frente com os inimigos. Isso por si só explica muito bem quem é cada um, sem precisar exagerar, mostrando aos jogadores como serão as dinâmicas com eles durante a campanhas.
O mapa é extenso e separado por níveis, assim como outros AC anteriores, facilitando nossa visibilidade por onde caminhar para subir de nível e avançar logo em seguida. As missões principais, secundárias e locais do mapa são ótimas, funcionando muito bem para a história e nosso desenvolvimento. Liberamos pontos de coleta de itens para melhorar nossa base, sendo uma novidade na história de “Assassin’s Creed Shadows”, locais de viagem rápida, acampamentos clandestinos e vendas de itens.
Nas missões principais teremos também nossa vingança atrás do clã enigmático que busca saber os segredos da Ordem dos Assassinos. Com uma árvore dentro de nosso menu, iremos desbloqueando os rostos através de pistas que encontramos no caminho, liberando sua localização. Isso sempre foi um ponto muito forte e organizado na saga AC, já que sempre trouxeram essas missões de maneira fluida e satisfatória. Pode talvez ser um pouco cansativo em certos momentos, mas pelo fato da história ser densa e necessitarmos de pausas para descansar a mente, para não se tornar maçante.
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Os gráficos e trilha sonora foram o ponto alto em “Assassin’s Creed Shadows”, já que vemos uma Ubisoft que trabalhou duro para entrar na nova geração de maneira significativa. A ambientação fiel ao Japão feudal, o movimento das plantas, som da água e paisagens com bastante luz e sombra deixam quem está comandando nossos protagonistas de queixo caído, de tão lindo e bem otimizado. A trilha sonora me pega de maneira nostálgica, lembrando filmes de samurai que assistia na infância, funcionando perfeitamente com o enredo e nos momentos certos de cutscene.
Foi difícil encontrar coisas que me desagradaram na história, no máximo me irritando com alguns bugs pontuais – como não conseguir movimentar barris explosivos ou personagens que morrem e voltam a vida logo em seguida. Tentei ao máximo balancear a jogatina em “Assassin’s Creed Shadows” com outro game mais leve, dessa forma joga-lo se tornou menos cansativo, já que passamos muito tempo explorando um mapa que tem uma extensa proporção.
“Assassin’s Creed Shadows” é um shot de vigor para a franquia, dando uma visão diferente e inovadora que já era necessária. A Ubisoft precisa apostar no cavalo certo para essa história, e não só acertou como construiu uma obra digna de ser lembrada e jogada mais de uma vez, sendo talvez a salvação não só de uma saga, mas também da desenvolvedora.
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