O mercado dos games indies tem crescido cada dia mais. Com novas histórias e studios dispostos a dar uma chance, cada dia que passa sentimos mais amor por esse estilo que ainda gera dúvida para alguns consumidores de games, infelizmente.
O mais novo game da Thunder Lotus Games, “Spiritfarer” é um daqueles que vai te cativar e deixar curioso para explorar o universo que está à disposição. Não só conheceremos personagens interessantes, mas também mitologia grega e reflexões que deixamos de fazer muitas vezes em nossa vida, trazendo assuntos delicados à tona.
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No game nós controlamos a personagem Stella que junto de seu gato, Daffodil, é nomeada Caronte, figura da mitologia grega responsável por levar as almas dos recém-chegados ao inferno através do rio Estige dividindo o reino dos vivos e dos mortos.
Durante nossa campanha em “Spiritfarer”, navegaremos por ilhas para ajudar espíritos que buscam sua paz e a realização de seus últimos desejos. Levaremos eles em nosso barco, sempre com a possibilidade de aumenta-lo, construindo pequenas casas em que esses espíritos vão ficar alojados e outras coisas importantes – como uma horta e cozinha, sendo possível criar pratos que aumentam nossas habilidades – afinal os espíritos também sentem fome e podem ser vegetarianos.
A exploração de “Spiritfarer” e o vinculo que criamos com esses espíritos é o grande foco do game, e que mesmo às vezes sendo monótono navegar por muito tempo – sem esquecer na possibilidade de viagem rápida em certos pontos –, é o tempo que nos coloca em reflexão sobre muitas coisas que passamos em nossas vidas e muitas vezes nem pensamos sobre direito, por conta da correria do dia a dia. Esse foi um ponto muito positivo durante toda minha campanha.

Enquanto jogava, eu pensei em coisas que talvez nunca tivesse parado para refletir em como me sentiria, seja sobre o sentimento de perda de alguém próximo de mim – seja família ou amigos – e em como seria superar essa perda. Sabemos que a vida é passageira e precisamos aproveitar todas as oportunidades possíveis, já que em um estalar de dedos tudo pode simplesmente acabar do nada. Não devemos moldar nossa existência sempre pensando nisso é claro, afinal, nunca vamos estar preparados para algo assim.
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Durante a evolução de “Spiritfarer”, vai rolar um momento em que iremos nos despedir desses espíritos que estamos ajudando, todos sendo muito próximos de Stella. Eu fiquei muito apegada a eles e muitas lágrimas caíram quando deixei um por um seguir seu caminho. Nunca pensei que seria algo tão difícil durante a gameplay, mesmo sabendo que poderia acontecer, não imaginava que conhecer aquele espírito seria tão significativo a ponto de chorar com sua partida.
Sua trilha sonora e gráfico cartunesco fazem toda a diferença, passando ainda mais sentimentos pelas cores, ambientação e trilha sonora leve ao fundo, tornando tudo ainda mais especial e significativo, não só para Stella, mas também nós que estamos no controle.
“Spiritfarer” é uma experiência que precisa ser sentida e explorada. Alguns podem ficar cansados disso, mas a reflexão fará tudo valer a pena, lembrando a todos de como é importante valorizar pessoas próximas já que um dia elas irão embora e só restarão lembranças. São elas que farão com que superemos o luto dessa perda sendo um aprendizado para seguir em frente.
Je ne pourrais m’empêcher de partir de ce blog sans laisser un commentaire.
C’est bien écrit!