Ao mergulhar profundamente no sexo, drogas e rock n’ roll, bem lá no fundo, talvez, você acabe encontrando o Mötley Crüe. Bom, ao menos se você assistir ao “The Dirt – Confissões do Mötley Crüe” é isso que vai acontecer. O grupo que foi um dos que pavimentaram o glam rock no mundo, mostra em sua cinebiografia muito mais que estamos acostumados a ver em outras produções do gênero. Sem freio, um pouco sem filtro e nem o inferno como limite.
Dirigido por Jeff Tremaine (Jackass), “The Dirt – Confissões do Mötley Crüe” apresenta a banda formada por Sixx (baixo, interpretado por Douglas Booth), Vince Neil (voz, interpretado por Daniel Webber), Tommy Lee (bateria, interpretado pelo rapper Machine Gun Kelly) e Mick Mars (guitarra, interpretado por Iwan Rheon, de “Game of Thrones”). Cada membro tinha seu jeito excêntrico de ser, mas juntos eles se transformavam em um megazord da loucura e faziam qualquer lugar onde estavam vir abaixo, pegar fogo ou se fosse um palco, levar a multidão ao êxtase. Esse era o estilo Mötley Crüe de ser e é nisso que o filme de Tremaine se apega.
De inicio conhecemos a história de Sixx e ao longo do filme os pontos de vistas vão sendo trocados até que passamos por todas os integrantes da banda. Quando o espectador está familiarizado com todo mundo, a narrativa nos conduz pra outro lugar que é o momento pré-sucesso. Aqui é a parte mais gostosa do filme, que é quando eles estão criando as musicas, estão vivendo as novidades, estão se conhecendo melhor etc.
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Quando “The Dirt – Confissões do Mötley Crüe” passa pra parte mais frenética que é quando a banda está no auge e começa a viver além do limite e experimentar o declínio, fica aquela sensação de que o exagero mostrado em tela ainda é pouco perto do que deve ter sido na realidade. Ou que cabia um pouco mais, mas o diretor precisou dar uma segurada pra não ficar muito pesado. Como o filme é baseada no livro de mesmo nome, acredito que na obra original seja possível encontrar o peso real de todos os fatos históricos.
Mesmo assim, “The Dirt – Confissões do Mötley Crüe” não deixa de ser uma cinebiografia autêntica e frenética. Cada momento, cada quebra da quarta parede pra dialogar com o espectador, cada musica criada e até mesmo as alfinetadas no KISS, as participações especiais de grandes músicos como o Ozzy, por exemplo, são ótimas e fazem do filme uma das melhores obras gênero.
A direção é ótima, Tremaine está acostumado a lidar com loucuras, afinal ele dirigiu a maioria dos filmes de “Jackass”. Então, nenhum absurdo feito pelos integrantes do Mötley Crüe foi uma novidade pra ele. A trilha sonora vai fazer você se apaixonar pela banda e querer conhecer mais dela, e quem sabe até se tornar uma das mais tocadas do seu Spotify por um tempo. Por mais quem eles fossem um bando de porralouca, é inegável que o Mötley Crüe tenha uma porção de músicas boas.
“The Dirt – Confissões do Mötley Crüe” é uma cinebiografia impecável e que conta de forma excepcional a história de uma das bandas mais doidas da história do rock. Se você é do tipo que gosta de filmes nessa linha, pode assistir sem medo.
“The Dirt – Confissões do Mötley Crüe” está disponível na Netflix.
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