Bruno Fonseca Uma cidadezinha pequena, com clima ameno, crianças jogando beisebol e a rivalidade entre eles é a única coisa que importa naquele momento. Naquele momento nada de ruim acontece ali.
Mas os dias de calmaria vão acabar na pacata cidade, pois algumas crianças vão começar a desaparecer e as pistas por mais sem pé nem cabeça que pareçam, vão apontar para um homem (Ethan Hawke) que usa um furgão e balões pretos para atacar e sequestrar suas vítimas.
Enquanto as crianças vão sumindo, o espectador vai embarcando na trama sob o ponto de vista de Finney Shaw (Mason Thames), um menino tímido de apenas 13 anos que manja muito de matemática, tem sonhos e aspirações de um menino dessa idade e sofre bullying dos valentões. Em paralelo, somos apresentados também à irmã de Finney, Gwen Shaw (Madeleine McGraw), garota esperta, corajosa e que tem revelações por meio dos sonhos.
Pouco a pouco os garotos da cidade vão sumindo até chegar a vez de Shaw. Ele é levado para um porão à prova de som e, naquele lugar, gritar não vai adiantar nada. Nesse porão tem um telefone preto totalmente desconectado pregado na parede. Quando ele começa a tocar, Finney descobre que pode ouvir as vozes das vítimas anteriores do assassino. Elas estão determinados a garantir que o que aconteceu com eles não aconteça com Finney. E a partir daí, começa a mágica do diretor Scott Derrickson.
Você vai perceber logo de cara em “O Telefone Preto” uma pegada Stephen King. Muitos elementos usados no filme são comuns nas obras adaptadas do autor, principalmente os balões pretos, as crianças com bicicletas, as pequenas cidades e tal.
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Por outro lado, tudo que vem no recheio tem a assinatura do Derrickson que soube muito bem dosar os pontos de suspenses com as cenas mais pesadas de terror. Além do mistério que ronda boa parte da narrativa, há espaço pra outros elementos como sonhos, visões e as ligações que vão ajudar Shaw a salvar a própria vida e dar um fim na carreira do serial killer.
Ethan Hawke está no papel mais assustador de sua carreira. Chega a dar medo quando ele está em ação, principalmente quando utiliza a máscara. Mais uma vez um trabalho brilhante da direção que soube conduzir bem o que o ator tinha que fazer pra gerar essa sensação tão angustiante no espectador.
“O Telefone Preto” é produzido e coescrito também por Derrickson. O conto em que o filme foi baseado está no livro “O Telefone Preto e Outras Histórias”, de Joe Hill, publicado pela HarperCollins no Brasil.
“O Telefone Preto” não é só um filme que cospe tudo na tela só pra te gerar medo, ele mostra como se faz um filme de terror nos tempos atuais e como usar alguns elementos pra torná-lo tão assustador quanto um filme de terror deve ser.
“O Telefone Preto” estreia dia 21 de julho nos cinemas.
