Como uma das principais estréias de julho, “Thor: Amor e Trovão” enfim chegou como a nova e deslumbrante aventura do deus nórdico de Asgard. E com certas expectativas a cumprir, devemos dizer.
Num breve resumo da premissa, aqui vemos Thor Odinsson reunir forças com antigos aliados para tentar impedir que Gorr, o Carniceiro dos Deuses, obtenha aquilo que mais deseja: o fim dos seres divinos. Parece uma história legal, com várias referências aos quadrinhos e interessante de ver, né? Mas, infelizmente, não é!
Sem zelo, “Thor: Amor e Trovão” não demora para assumir o manto de uma aventura mal concebida. De forma geral, seu roteiro é fraco e sem momentos significativos na história. “Essa parte não agrega nada aqui”, é um sentimento constante frente as piadinhas medíocres, os cortes duvidosos, quando não mal feitos, diálogos genéricos e afins que notamos.
Não o bastante, as poucas partes em que de fato se poderia ter algo envolvente e significativo é açoitado pelo desempenho comumente raso e apressado da Marvel Studios. Quem sofre com isso, além da audiência, é o próprio elenco – que apesar das tentativas de boas interpretações, não sustenta qualquer vínculo por falta de convicção do roteiro em que se baseia.
Se em “Thor: Ragnarok” (2017) temos Hela (Cate Blanchett) e Valquíria (Tessa Thompson) como super-reforço atrativo, em “Thor: Amor e Trovão” temos Jane Foster (Natalie Portmann)… e a Valquíria, de novo. De começo, é bacana acompanhar Jane Foster em sua nova fase como a Poderosa Thor. Mas não é algo que dura muito, visto que a aventura sem tempero que direciona o longa, não consegue sequer abranger minimamente o impacto e influência da personagem.
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O humor tosco característico desse universo cinematográfico não abre espaço para temas mórbidos, como a luta contra o câncer enfrentado por Jane Foster, aqui jogado tão aquém a tela quanto o anterior fim de relacionamento entre ela e Thor. E a estética efêmera cosmo-oitentista assumida por Taika Waititi no filme antecessor também não gera muita abertura para desenvolver tal condição.
Sem muitas surpresas, “Thor: Amor e Trovão” perde todo e qualquer charme que tenha conseguido com a estética visual – uma das poucas coisas que salvam-se aqui, por sinal. Mas é fato que, no fim das contas, não tem estética que sustente uma narrativa rasa e apressada.
Mais do que isso, é triste vermos personagens tão interessantes e legais frente a um cenário em que não conseguem desenvolver-se ou a aventura em torno por falta de espaço e zona de respiro narrativo. Estes dois últimos então ocupados pela desconfortável e incessante necessidade de se parecer sempre “um filme super-divertido”.
“Thor: Amor e Trovão” está em exibição nos cinemas brasileiros. Mas se você não paga meia ou tem descontos no ingresso, talvez seja mais interessante aguardar o longa chegar ao Disney+.
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