É lindo ter a oportunidade de contemplar o Universo de Sandman, sobre a curadoria de Neil Gaiman, regojizar fãs e leitores corriqueiros de quadrinhos com novas tramas e abordagens para esse que é, essencialmente, um mítico e classudo universo. E dito isso, não é surpresa alguma que o “Anjo Caído” mais popular da cultura pop, Lúcifer, retorne ás rédeas de seu próprio título.
Abordando tanto a edição zero 1 do Universo de Sandman quanto o primeiro arco completo de sua nova jornada, o encadernado “Lúcifer Vol. 1 – A Infernal Comédia”, traz um Príncipe das Trevas desaparecido e que pelo visto não retornará. Cego, aleijado e sem um tostão no nome, o outrora governante do Inferno agora é um caquético e desleixado velho preso a um ambiente da qual forças sinistras o atormentam constantemente e nada é o que parece ser. Ele não lembra de como chegou lá, não tem esperanças de escapar e é incapaz de rastrear um de seus filhos.
Leia mais: Coringa (2019) | Da loucura ao caos
Com monstros e magos de cada plano da realidade tramando contra si, será o outrora glorioso Senhor do Inferno capaz de curar mente e corpo e assim retomar seu injusto lugar nos cosmos?

Assinado por Dan Watters, o roteiro de “Lúcifer Vol. 1 – A Infernal Comédia”, tem uma trama introdutória bem bacana. Nada é mais o que costumava ser, e ainda sim soa familiar. A priori, Watters parece ter ignorado tudo possível quanto ao último título do personagem publicado entre 2016 e 2018, norteando então sua perspectiva a partir da prazerosa fonte-mãe que são as tramas contadas por Neil Gaiman e/ou Mike Carey entre os anos clássicos do personagem. Ou seja, a série Watters sabiamente nos presenteia com uma atmosfera mítica e filosófica característica não apenas do Universo de Sandman, como do próprio universo de Lúcifer.
Leia mais: Lista completa das animações da DC Comics
Contemplamos então, uma narrativa que satisfatoriamente capta o leitor aos contextos e circunstancias ocorrentes, marcadas pela prosa florida e mítica necessárias para dar aprofundamento a um personagem de nuances e entornos tão complexos quanto a do próprio “Anjo Caído”. Mais interessante ainda, é ver esses elementos sendo bem aplicados em um momento talvez nunca antes presenciado na história do personagem: o de vulnerabilidade total impregnado a sua mente e corpo! Neste sentido, Watters expõe um roteiro de qualidade fundamentada, preservando a fácil imersão e compreensão de seu público sem, sequer, abrir mão de um Lúcifer charmoso e ímpar.

Com traços artísticos assinados por Max e Sebastian Fiumara, “Lúcifer Vol. 1 – A Infernal Comédia” faz uma execução visualmente bem ilustrada, no que esbanja traços e cores hipnotizantes. O que é bem interessante de se considerar, visto que o conjunto artístico dos Fiumara dá fluidez ao roteiro de Watters, assim transpondo com êxtase as intenções propostas do autor.
“Lúcifer Vol. 1 – A Infernal Comédia” proporciona uma leitura envolvente e franca ante a suas caraterísticas bases. É um encadernado inicial que faz o leitor ter prazer ao conhecer mais uma versão da jornada do personagem que está às margens de sua maior vulnerabilidade, enquanto reflete o contexto filosófico e as outras nuances embutidas pela nova abordagem de Lúcifer.
Se você ficou interessado, “Lúcifer Vol. 1 – A Infernal Comédia” está à venda nas melhores livrarias, por um excelente preço, e você pode ajudar o Proibido Ler comprando seu exemplar AQUI!
Comentários
Loading…