O canal AMC responsável em transmitir o sucesso de público “The Walking Dead”, traz em seu catálogo televiso inúmeras outras surpresas, porém que não recebem sempre a determinada atenção, como o é o caso de “Into the Badlands“, uma série muita promissora e com ótimos personagens, mas que perde com um enredo cansativo.
Criada por Alfred Gough e Miles Millar, responsáveis também por “Smallville” e “As Crônicas de Shannara”, temos uma história situada no futuro não muito distante, quando uma grande guerra que destruiu o mundo com muitas mortes e agora passa por um processo de reconstrução. Tudo que restou está sob comando do novos barões.
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Neste novo mundo, as armas de fogo foram extintas, mas ainda existem batalhas para conquistas, aqui a luta acontece com chutes e pontapés, um velho oeste apocalíptico da porrada. Aqui que Sunny (Daniel Wu) apesar de um Matador, responsável pelo trabalho sujo, tenta levar uma vida normal, porém é surpreendido ao encontrar o jovem M.K (Aramis Knight) que mudará totalmente sua vida com um poder interno capaz de abalar todo o mundo.
Com três temporadas exibidas entre 2015 a 2019,“Into the Badlands” institui sua identidade nas tramas de traições, descobertas, fanatismo religioso e descobertas não tão satisfatórias, ao pensar que tudo se encaixa perfeitamente, mas não se engane, aqui a narrativa demora para tomar os eixos e se perde em suas próprias explicações e foco. Enrolação, dramas cansativos e a perda do próprio sentido.
Apesar dessas perdas bruscas e mudanças drásticas na histórias, a narrativa quando quer, funciona, é divertida e proporciona um bom entretenimento, aqui a vontade de continuar a se interessar por ela vem dos personagens, das visões e de como encaram o mundo destruído com suas esperanças no futuro, o gosto e respeito vem deles.
Com influências de “Mad Max” em seu visual, outro grande ativo aqui e o que muitas vezes salva a narrativa perdida, é suas coreografias fantásticas de lutas, sendo uma das melhores em todo escalão de séries por aí, com homenagens aos filmes de kung fu dos anos 60 e 70. Aqui o espetáculo é fantasioso, mas é o seu carisma e a trama são movidas com essas lutas, e não o contrário com é o caso de “Warrior”.
O cuidado nas lutas é perceptível e acredito que para os produtores foi o suficiente, pois outros elementos como uma trama envolvente e uma narrativa que prendesse o espectador do começo ao fim falhou. A trilha sonora não foi esquecida, o tema original de abertura foi criado por Mike Shinoda (Linkin Park), que transmitiu em suas batidas toda a filosofia fantástica da série.
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Com grandes hiatos entre temporadas e baixa audiência, as lutas não salvaram a série de seu cancelamento. Porém nesses três anos (quase quatro), “Into the Badlands” deixou uma pequena marca, um convite atrativo para lutas e personagens do que a própria história.
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