“Avengers Standoff” é a primeira saga reunindo todas as equipes e títulos principais dos Vingadores em 2016 na Marvel, com a promessa do retorno do Soldado Invernal ao universo pós-Guerras Secretas, além do aguardado retorno de Steve Rogers ao manto do Capitão América.
Ao contrário do que lhe é costumeiro, pouquíssimas informações foram divulgadas pela editora sobre este evento arquitetado pelo autor do título atual do Capitão América (que já resenhamos aqui), Nick Spencer. Por isso esta edição que dá o pontapé inicial na saga acaba sendo extremamente importante para os fãs dos heróis mais poderosos da Terra.
“Welcome to Pleasant Hill” é um prelúdio de 38 páginas de “Avengers Standoff” com uma quantidade grande de informação e muito mistério. Aqui vemos, logo de cara, o retorno do Soldado Invernal e quem se lembra de sua última aparição na Marvel tem a confirmação de que, felizmente, quase nada mudou no status do personagem após as Guerras Secretas.
Somos introduzidos brevemente ao conceito do misterioso programa de segurança da S.H.I.E.L.D. chamado Kobik – um perigoso projeto com o intuito de utilizar o poder do Cubo Cósmico para fazer alterações pontuais na realidade. O vazamento de informações sobre o projeto é um dos temas do início da saga que abruptamente pula para a tal “Pleasant Hill”. Em um clima desconfortável de mistério e ficção de confinamento, somos apresentados à estranha comunidade, seus habitantes e sua prefeita, Maria Hill. Esta linha narrativa, que consiste em mais da metade do gibi, é contada através da visão do misterioso e desmemoriado personagem chamado “Jim”.
Nick Spencer claramente tenta puxar algo de “Twin Peaks” nas passagens em Pleasant Hill, logicamente com um clima bem mais leve. No entanto, a intenção do autor é boa, apesar de seu objetivo não ser muito claro. Este início de “Standoff” fica no meio termo entre mistério super heroico com clima de confinamento e uma história sobre conspiração. Muitas atitudes de Jim são previsíveis e o leitor vai reconhecendo aos poucos algumas figuras do Universo Marvel dentro de Pleasant Hill, o que acaba sendo divertido, mas quebra um pouco o clima de confinamento da saga. O final, no entanto, acaba compensando pois temos o retorno de não apenas um, mas dois personagens clássicos da Marvel (em seu visual clássico) a este universo pós-Guerras Secretas. O que acaba sendo revigorante para leitores antigos dos gibis dos Vingadores e títulos associados.
A arte de Mark Bagley em “Pleasant Hill” é um retorno ao visual clássico dos gibis da década de 1990-2000 em uma saga Marvel. O estilo clássico e meio antiquado do ilustrador não é um desbunde, mas se encaixa direitinho na trama e é perfeito, principalmente para as cenas iniciais com Bucky Barnes. Curiosamente, a ambientação da cidadezinha é desconfortavelmente clara, limpa, bem planejada e chega até a incomodar. Não dá para saber se essa caracterização do ambiente é intencional ou acidental, mas todo o clima em Pleasant Hill tem a artificialidade palpável que a premissa de Nick Spencer pede. Isso acaba convencendo o leitor logo de cara que tem algo muito errado com esta comunidade. A edição termina com um gancho visual que deixa lágrimas nos olhos de leitores mais antigos da Marvel. Sr. Bagley está de parabéns.
“Assault on Pleasant Hill” é um começo estranho e surpreendente. Por mérito da hermeticidade da campanha de divulgação da saga, provavelmente você não vai ter noção do que diabos está acontecendo na história até chegar em sua metade final. Isso em sagas da Marvel é uma melhora notável. Os protagonistas não são quem você imagina aqui, a arte é esquisita e clássica ao mesmo tempo e o ritmo narrativo torna a leitura meio que compulsiva da metade para o final da revista. Nick Spencer e Mark Bagley, intencionalmente ou não, fazem o que se deve fazer em um prelúdio de uma trama de mistério: por bem ou por mal, você vai querer saber mais sobre Pleasant Hill ao final deste gibi.
Veja também: HQ do Dia | The Amazing Spider-Man 1-5
Comentários
Loading…