Desenvolvido pela empresa independente Lazy Bear Games, Punch Club é bem mais do que um jogo indie, é uma viagem nostálgica e cômica pelo mundo da TV, dos filmes, games e quadrinhos dos anos 80 e 90 nos Estados Unidos e no Japão.
Com uma atmosfera retrô que tem acompanhado muito dos games desenvolvidos nos últimos tempos (com uma relativa explosão do fim de 2013 até os dias de hoje), Punch Club é estilizado e tem uma arte original e um conceito montado a partir dos antigos jogos pixelados.
Você segue a carreira de um lutador que busca glória, vingança, seu irmão e um amuleto mágico (!) no melhor estilo Rocky, Dragão Branco e Double Dragon, dentro de uma mecânica de estratégia e simulação num mundo de lutas de rua, boxe e muay thai.
A administração de recursos presentes no game se voltam à constante necessidade de treinar, ganhar dinheiro a fim de se manter, e deixar a alimentação e o sono em dia.
Embora no começo as coisas pareçam fáceis, conforme a história (maluca e divertida) do jogo se desenrola, tudo vai se tornando mais complicado, liberando habilidades e golpes especiais e escolhendo entre qual tipo de lutador você quer ser: baseado em força, agilidade ou resistência física.
Embora no começo você não passe de um lutador amador, fraco e totalmente desconhecido, com o passar do tempo você se tornará mais e mais conhecido e precisará lidar com a fama, assim como com o resultado de suas escolhas. Cada decisão importa, e elas podem lhe transformar em um herói, um criminoso, desperdiçar sua vida assistindo televisão e até mesmo ser dono de sua própria academia.
Embora a história pareça linear, quanto mais horas você dedicar ao jogo, mais vai perceber as possibilidades e a não-linearidade que move o personagem (visualmente inspirado numa mistura de Stallone, Jet Li, Van Damme e Tony Jaa).
Apesar da trilha sonora não ser exatamente o ponto alto do game, ela cumpre bem seu papel. Não tem uma variação tão grande, mas tem bons momentos, fazendo referência aos rocks dos anos 80 que embalavam os antigos filmes de combate.
Os gráficos, estilizados e pixelados, são fenomenais. No lugar de seguir o que muitos indies têm ditado nos ultimos anos, Punch Club inova buscando raízes retrô, mas adicionando originalidade à fórmula. Um destaque curioso é um filtro que pode ser aplicado à tela, aumentando o clima antigo.
A história e os easter eggs são, sem dúvida, as melhores partes de tudo, e tornam, por si só, o jogo mil vezes mais divertido. Os sons e a variação de movimentos, assim como de conteúdo in game são muito bons, aumentando o nível de riqueza e mostrando quanto empenho os desenvolvedores colocaram no trabalho. Controlado completamente no mouse, tudo é extremamente responsivo e funciona muito bem.
Punch Club, lançado em janeiro de 2016 e disponível para iOS, MAC, Linux e PC, foi uma excelente surpresa que me trouxe muitas risadas e (bem mais de) 26h de jogo; por esses e outros motivos o jogo da Lazy Bear Games foi o escolhido dessa semana.
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