Este mês a Marvel finalizou a publicação de mais uma mini série situada no seu novíssimo universo expandido em quadrinhos da franquia Star Wars.
“Lando” é a quinta série Marvel publicada em sua linha em uma “Galáxia muito, muito distante” e conta uma aventura em cinco partes protagonizada pelo eterno vigarista espacial Lando Calrissian que se passa entre o Episódio III – Uma nova esperança e sua introdução na tela grande no Episódio IV – O Império contra-ataca.
Na história escrita por Charles Soule (Uncanny Inhumans, Monstro do Pântano) e desenhada por Alex Maleev (Demolidor, Scarlet), o trambiqueiro Lando se envolve em um roubo de uma luxuosa nave espacial para pagar uma dívida anterior. Lando e uma equipe formada por seu parceiro de “esquemas” Lobot, os misteriosos guerreiros Aleksin e Pavol e a especialista em artefatos raros Sava Korin Pers acabam caindo na mira do impiedoso Imperador Palpatine em meio ao início da guerra civil galática.
Soule usa estas cinco edições de forma muito inteligente, estabelecendo uma dinâmica de amizade cativante entre Lando e Lobot e sempre mantendo o caráter duvidoso de seu protagonista equilibrado entre o aproveitador egoísta e o anti-herói malandrão, sem tender para nenhum dos dois lados por muito tempo. O pano de fundo entre os episódios III e IV é quase que irrelevante (exceto no início da história) e o que temos aqui é um mergulho na personalidade deste que é um dos coadjuvantes favoritos dos fãs da série de filmes. Lando é surpreendente, sempre tem algum ângulo nem um pouco óbvio para escapar de situações complicadas, joga sujo quando tem de jogar, mas acima de tudo tem um grande coração. O final da série escrito por Soule contribui de maneira muito sutil para a transformação do personagem de um mero aproveitador em um herói da resistência rebelde. Temos um texto rápido e direto, como é característico do autor, peças de diálogo muito naturais, boas referências ao universo “macro” de Star Wars, ganchos inteligentes a cada final de edição e a introdução de um ótimo elenco de apoio sem apelar em nenhum momento para os baluartes de Star Wars. Se você quer uma expansão de universo isto aqui é material recomendado.
A arte de Alex Maleev para esta mini série é uma escolha bem inusitada e um tremendo desafio para este ilustrador. Para quem se habituou a ver o cara desenhando seus belos quadros em HQs com ambientação mais urbana / noir é uma verdadeira surpresa ver Maleev despejando cenários alienígenas, caçadores de recompensa galáticos e cruzadores espaciais com este grau de naturalidade neste gibi. O visual de “Lando” tem a cara de “Star Wars” da Marvel, mas do jeito rústico e meio grosseiro de Maleev. Somado ao roteiro direto de Soule, “Lando” ganha personalidade e um visual único. O destaque são as expressões faciais feitas por Maleev que dão a intensidade necessária aos diálogos, as cenas de luta, que não são tão numerosas, mas são breves e bem claras e a caracterização visual do elenco que é cuidadosa e atende aos padrões da linha de publicações de Star Wars da Marvel.
O sucesso de “Lando” não é surpresa. O personagem é um querido dos fãs de Star Wars e uma escolha natural para uma mini série neste novo universo da franquia na Marvel. A naturalidade com Charles Soule expande e molda a personalidade do cara nestas cinco edições ao mesmo tempo em que conta uma história simples e divertida sobre um período muito fértil na mitologia da franquia é que acaba surpreendendo. Com uma arte bem diferente do que se espera de uma HQ de Star Wars, Alex Maleev deixa novamente sua marca em um gibi da Marvel e faz de “Lando” uma leitura muito gratificante para os fãs desta amada franquia.
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