Quando foi anunciado que uma adaptação da franquia de filmes Scream (Pânico, no Brasil) para a TV estava nos planos da MTV, senti um misto de alegria e medo. Alegria porque é minha franquia de terror favorita e medo porque é minha franquia de terror favorita.
Sim. Mesmo motivo. Por mais que eu quisesse que as pessoas voltassem a falar dessa amada sátira ao cinema slasher e adolescente, temia o que uma nova versão poderia fazer. E eu estava certa em temer.
Assim como no primeiro filme, temos a cena de abertura onde a “queen-b” da escola está sozinha em casa e… Bem, todo mundo já assistiu Pânico, né? Se você não assistiu ainda, faça. Aqui, em vez de termos Drew Berrymore, temos Bella Thorne.
Ela é uma boa atriz e a cena é bacana, mas é difícil não comparar à original. Sei que é babaquice comparar as duas obras, até porque são mídias diferentes, mas a própria série pede por isso. Como eu disse, a cena é bacana. É provavelmente a melhor parte do episódio, mostrando os problemas de usar um Iphone como Siri não entender o que você está falando.
Temos praticamente todos os personagens principais aqui. É um paralelo difícil de não ser feito pelos fãs. O piloto foi escrito por Jay Beattie, Dan Dworkin e Jill Blotevogel e falha em capturar toda a essência engraçada e sagaz que dos filmes. É claro que é impossível conseguir repetir o que Wes Craven e Kevin Williamson fizeram ao criar Scream, em 1996, mas eu esperava algo mais.
Uma defesa para a série poderia ser o fato do gênero slasher não funcionar na TV, inclusive, um dos personagens afirma isso, dizendo “Você não pode fazer um filme slasher na TV. Filmes slasher engatam rápido e acabam assim. TV precisa de um pouco mais de enrolação.”
Mas nós vivemos em um mundo que presenciou “Harper’s Island” (HI). Após toda a construção do suspense sobre o assassino e mortes sensacionais em HI, a MTV alegará que não funciona? Claro que isso vai contra a premissa da série, mas ainda assim, me parece uma desculpa esfarrapada. A própria MTV está se saindo muito bem com “Teen Wolf”.
Não é que a série seja péssima, é que ela não atende as expectativas criadas ao longo de toda a divulgação. Se o espectador ficará curioso para saber quem é o assassino mascarado? Sim, claro. Se o espectador terá paciência para assistir atuações não tão boas assim e um roteiro que não consegue atingir o ponto exato de sátira esperada? Talvez não.
As tradicionais cenas de histórias teen, como beijos vindos de lugar algum e frases que não servem para ser engraçadas, se fazem presentes. A máscara da série é mais assustadora que a dos filmes, mas ainda não comprei a ideia desse assassino que brinca de fazer virais na internet. O destaque no quesito atuação vai para Bex Taylor-Klaus, que é uma excelente atriz e merecia estar fazendo coisa melhor.
Talvez eu esteja realmente sendo muito pesada com a série, mas o meu amor pela franquia Scream fala muito alto. Continuarei assistindo, porque sou uma pessoa esperançosa e talvez eles utilizem do que disseram antes. Se com o passar dos episódios as coisas começarem a crescer e talvez, quem sabe, o final da temporada traga um plot twist interessante, valerá à pena.
Ufa, depois desse desabafo todo, estou mais calma. No fim das contas, talvez Scream: The TV Series funcione como um guilty pleasure bacana. Afinal, quem não gosta de ver algumas cenas de slasher de vez em quando?
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