Caso você não more em uma caverna, sabe que São Paulo tá passando por uma fase muito difícil de escassez de água e de comprometimento governamental. A crise é tão grande que já saiu de dentro das casas das pessoas, está estampada em todos os jornais, revistas e sites, e acabou e chegar num lugar inesperado: os quadrinhos.
Todo mundo conhece o Cascão, personagem da Turma da Mônica, criado por Maurício de Sousa, cuja característica principal é ter medo de água e sempre fugir do banho. Numa crítica bem pensada, a revista de outubro do Cascão trouxe uma história intitulada “Racionamento”, que mostra o garoto caminhando pela cidade enquanto fica sabendo das notícias de que não chove há 90 dias. Caminhando pelo bairro do Limoeiro, onde mora a Turma da Mônica, Cascão se depara com uma criança dizendo que está com sede e a mãe, com um balde na cabeça, dizendo que está indo buscar água. As histórias do Maurício de Sousa são, geralmente, divertidas e suaves, dedicadas ao público infantil. Desta vez, as páginas ganham ares dramáticos e mostram crianças chorando pela morte de flores e donas de casa dizendo que falta água até para cozinhar.
A história continua até que Cascão suspira e implora por chuva. “Nunca pensei que diria isto, mas gostaria muito que chovesse, agora”, e então, começa a chover. São Pedro finaliza dizendo que “Se até o Cascão pediu chuva, é porque a situação estava grave mesmo”.
O Sistema Cantareira, na Grande São Paulo, atingiu menos de 5% de sua capacidade. A presidente da Sabesp afirmou que a água vai acabar na cidade em meados de novembro caso não chova na região.
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