É o último dia da Terra no Universo 616. Aqui acompanhamos as últimas horas dos Illuminati. Alguns buscam respostas, outros redenção. O fato é que todos os membros se arrependem de não ter encontrado alguma solução melhor para o problema das incursões.
Jonathan Hickman escreve uma edição mais reflexiva, com diálogos muito bons principalmente entre Tempestade e Pantera Negra. Apesar de termos pouca ação, as cenas são muito fortes e bem pensadas. Gostei muito da postura de Bruce Banner frente ao fim iminente, o lamento (quase) silencioso de Raio Negro é tocante, Wong entrega a fala mais impactante de toda edição, mas a cena na Latveria sem dúvida alguma é a coisa mais deliciosa de se ler nesta revista, lembrando os bons tempos do roteirista no Quarteto Fantástico e Fundação Futuro.
A arte aqui é de Kev Walker e apesar de não ter nada de espetacular que eu possa destacar neste número, o estilo do ilustrador se encaixa bem com o tom deste roteiro. Não existem cenas de ação e também acho que elas não ficariam muito legais no traço do cara. O desenhista consegue fazer um trabalho razoável nas expressões faciais e não compromete o roteiro nas cenas mais fortes e na revelação do final.
New Avengers 23 é a prova de que Jonathan Hickman pode sim escrever roteiros muito humanos e consegue interpretar perfeitamente a personalidade, paixões e motivações de qualquer protagonista. O autor é aclamado pelos fãs por seus conceitos fantásticos de ficção que beiram o limite da compreensão, mas para mim o que diferencia este escritor são edições como esta, nas quais ele usa situações absurdas para nos mostrar a parte mais humana de nossos heróis favoritos. Sobre o final só digo uma coisa: A Cabala está formada.
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