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Ela | A obra-prima de 2014

É difícil acreditar que Spike Jonze escreveu, produziu e dirigiu essa obra. A genialidade, sensibilidade e profundidade dos diálogos, somados à atuação sublime de Joaquin Phoenix e Scarlett Johansson, conseguem chegar ao âmago do espectador, fazendo com que você divida as angústias e alegrias de Phoenix, enquanto deseja ter a voz de Johansson para conversar diariamente. Esta obra-prima do cinema merece muito mais do que receber todos os prêmios a que foi indicada, merece aplausos.

Um homem solitário. Uma vida entregue à rotina. Dor, perda, carência… E uma voz para dizer que tudo vai ficar bem. “Ela” conta a história de Theodore Twombly (Joaquin Phoenix), um cara comum, com um emprego, um apartamento, um vídeo game, alguns amigos e lembranças demais. Theodore é apenas mais um rosto na multidão e sente-se exatamente assim. Como um qualquer. Como se a sua vida não fosse importante, ele vai vivendo, provavelmente rezando para morrer cedo.

Ela

Até que uma voz doce e rouca chega para dizer que tudo vai ficar bem.

Numa Los Angeles futurista, os tons pastéis, as roupas e, principalmente, o bigode do protagonista, remetem aos anos 70, como se a história acontecesse entre o ontem e o amanhã, mas não hoje. Como isso pode ser possível?

O ser humano é formado de carne, ossos e sentimentos. O mundo pode ser colorido como o movimento hippie dos anos 60/70, ou acinzentado como imagina-se o futuro, onde os péssimos hábitos ambientais do presente, resultam em uma drástica falta de natureza, e a tecnologia evolui mais rápido do que conseguimos acompanhar – em sua essência, o ser humano sempre será o mesmo. Theodore trabalha em uma empresa onde não é necessário tocar num teclado para escrever, basta falar. Não é necessário que ele dedique um tempo do seu dia a ler seus e-mails, porque uma voz foi criada para fazê-lo por ele. Ele não precisa tocar num controle para jogar vídeo game. Os (poucos) contatos humanos do protagonista são tomados de desconforto, como se ele não se sentisse bem ao abraçar, cumprimentar e até mesmo conversar com outra pessoa. Tudo isso somado a um casamento cujo fim ele não aceita e lembranças coloridas, brilhantes e cheias de contato humano com sua ex-esposa.

Tudo isso, até Ela chegar.

Ela

Como tudo nesse ontem-amanhã que é a realidade de Theodore, Samantha é uma tecnologia avançada, criada para melhor atender às necessidades do ser humano moderno, que foge cada vez mais de lidar com sua própria vida, e entrega-a ao primeiro sistema operacional que consegue. Mas Samantha não é um simples sistema operacional. A voz suave, doce, rouca e quase sempre calma, é um avanço, uma inteligência artificial que possui a capacidade de evoluir sozinha, buscando o conhecimento necessário em bancos de dados, não sendo robótica como os sistemas operacionais que vieram antes dela e demonstrando curiosidade pelo mundo que lhe é apresentado quando Theodore faz sua instalação.

E com todo esse texto, eu apenas introduzi você ao filme.


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Escrito por Louise

Amo, respiro e me alimento de quadrinhos, acho completamente normal se envolver emocionalmente com personagens de séries e filmes, e já vou avisando: NÃO MEXA COM MEUS HERÓIS!

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